Simples: porque não há muito mais o que fazer por lá. Bastaram outras missões não-tripuladas, americanas e russas, para trazer inúmeras amostras de rochas lunares e realizar outras pesquisas sobre o ambiente do satélite. "Elas não foram suficientes para conhecer toda a formação da Lua, mas não vai ser um número reduzido de missões que vai trazer um progresso significativo", diz o astrônomo Augusto Damineli, da USP. Hoje, a ciência prefere fazer pesquisas próximas da órbita da Terra, como na Estação Espacial Internacional, e enviar missões não-tripuladas a outros planetas. Ambas as opções trazem menos custos e mais benefícios do que voltar ao satélite. Além do mais, a corrida à Lua foi um evento mais político do que científico. Na época, Estados Unidos e União Soviética viviam o auge da Guerra Fria.
A conquista do satélite servia, portanto, como uma excelente peça de propaganda, tanto que, quando os soviéticos colocaram o primeiro homem em órbita (o russo Yuri Gagárin, em 1961), o então presidente americano John Kennedy prometeu que, até o final da década, seu país mandaria alguém para a Lua. Em 1969, a promessa foi cumprida - e a batalha vencida. Mas saiu caro: o programa Apollo, que durou até 1972 e levou 12 homens à Lua, consumiu cerca de 20 bilhões de dólares (o equivalente a 85 bilhões nos valores de hoje). Para ter uma idéia, a missão do Mars Pathfinder, o carro-robô que pousou em Marte em 1997, custou uma fração disso: 250 milhões de dólares.
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