27 de fevereiro de 2014

Carnaval baiano deve receber 526 mil turistas este ano

Contagem regressiva para a grande festa brasileira conhecida internacionalmente por sua diversidade, danças, músicas e, principalmente, pela alegria e fantasias de seus foliões. O carnaval 2014 da Bahia promete muito mais que uma mistura de ritmos e gêneros musicais e ,sim, um show de cultura.  

Cerca de R$ 60,2 milhões foram investidos nas áreas de segurança, saúde, cultura, turismo e assistência social. Tudo para garantir que os mais de 526 mil turistas esperados para os seis dias de festa curtam da melhor forma possível os trios elétricos. No total, 15 mil visitantes devem chegar pelos cruzeiros marítimos, e, segundo a Secretaria de Turismo, 70 mil estrangeiros devem conhecer de perto o carnaval da Baía de todos os Santos.

O carnaval de Salvador cresceu tanto que, hoje, distribui-se simultaneamente em três circuitos da cidade. O Circuito Dodô (Barra-Ondina) é a melhor opção para quem quer pular carnaval e admirar o litoral baiano ao mesmo tempo. São 4,5 quilômetros que permitem que, ao som do axé, do frevo e de todos os outros ritmos, o folião possa também dar uma esticadinha nas maravilhosas praias baianas. Já no Circuito Osmar (Campo Grande), o mais tradicional da capital baiana, os foliões podem conhecer o centro de Salvador e, ao mesmo tempo, desfilar por uma série de pontos turísticos e prédios centenários. E, por fim, tem o Circuito Batatinha, opção para todas as idades, inclusive idosos e crianças, que poderão curtir o som das famosas marchinhas e se divertir com os mais de 50 grupos musicais que percorrerão as estreitas ruas de paralelepípedo do Centro Histórico de Salvador, até quarta-feira de Cinzas.

Mas além das danças nas ruas, trios elétricos, camarotes e marchinhas, há várias opções de turismo cultural na capital baiana para o visitante.Confira as principais:

Centro Histórico de Salvador

A cidade de Salvador – à semelhança de Lisboa e do Porto – foi fundada em um sítio que permitia um esquema elementar de defesa, sem impedir seu crescimento linear. A Cidade Baixa – como o Porto – é estreita devida à escassez de espaço entre a colina e o mar. As casas são mais elevadas que na Cidade Alta e, mesmo no século XVIII, se estendiam em fileiras delgadas e estreitas em direção a Itapahipe. Em 1714, desenvolvia-se, ao longo da praia, uma rua dominada por sobrados de dois e três andares. Logo depois, surgiram bairros em torno da Sé e da Arruda, seguidos dos bairros de São Bento e Carmo. Em 1985, a Unesco declarou o centro histórico de Salvador como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Igreja de São Francisco e Ordem Terceira de São Francisco

Em frente à catedral de Salvador, ergue-se a igreja dos frades franciscanos, parcialmente encoberta pelo casario da praça. Erguida entre os século XVII e XVIII, é considerada uma das mais singulares e ricas expressões do Barroco brasileiro. A fachada apresenta esculturas e relevos de frutos e folhagens, formando guirlandas. A portada em pedra também é belamente ornamentada. Anexo à igreja, está a Ordem Terceira de São Francisco, de 1703, uma das obras de arte mais surpreendentes do Brasil e única no mundo português. O interior da igreja ainda preserva uma série de azulejos portugueses que retratam Lisboa antes do terremoto de 1755. No anexo, há um pequeno museu com exposição de peças sacras.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia

A monumental igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na cidade baixa de Salvador, foi iniciada em 1739 e consagrada em 1765, embora só totalmente construída em meados do século XIX. A pedra da construção foi a pedra-de-lioz (ou pedra-do-reino, no Brasil), importada de Lisboa, numeradas uma a uma em Portugal e trazidas para a colônia. Em seu interior, no estilo joanino, o barroco tardio português corrente no reinado de D. João V (1706-1750), destaca-se a pintura do teto que obedece à concepção ilusionista barroca de origem italiana de autoria de José Joaquim da Rocha.

Igreja e Santa Casa de Misericórdia

As primeiras referências às obras do hospital datam de 1650. A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia, criada para atender aos enfermos, está presente em Salvador desde a sua fundação, em 1549. O primeiro hospital e capela são edificados, com recursos obtidos pelas doações dos colonos, em terreno doado por Tomé de Souza. Instituição formada pela elite da cidade, logo tem condição de ampliar o edifício, que assume características monumentais. No conjunto arquitetônico, tipicamente conventual, é formado pela igreja e os pátios administrativo e hospitalar. No interior do conjunto, há um vasto acervo de pinturas, azulejos, mobiliário, alfaias, entre outros objetos.

Catedral Basílica de Salvador

A atual catedral de Salvador é parte do desaparecido convento e escola dos jesuítas, o maior e mais importante do Brasil colonial. Foi construída entre 1652 e 1672. Por todo o seu acervo artístico e sua monumentalidade, é considerada, por vários especialistas, como a mais importante construção sacra do Brasil colonial.  A fachada e o interior são em mármore de Lioz, trazido de Portugal já cortado e esculpido. A sacristia tem piso e altares em mármores coloridos, telas de diversos autores seiscentistas, móveis em jacarandá, com encartes em madrepérola e objetos sacros em ouro e prata. Com a saída dos Jesuítas do Brasil, a igreja foi abandonada. O convento foi aproveitado como hospital militar, e, em 1808, como Escola de Medicina, a primeira do Brasil.

Paço Arquiepiscopal

Localizado na Praça da Sé, foi construído no século XVIII, em torno de um pátio. O prédio possui subsolo e três pavimentos sobre a rua. Considerado um dos melhores exemplos de arquitetura civil do período colonial no País, localiza-se na zona histórica do Pelourinho. O prédio de três pavimentos e quatro corpos de construção foi erguido em torno de um pátio interno. A entrada é marcada por um portal de pedra de lioz portuguesa decorado com um brasão de D. Sebastião Monteiro da Vide, arcebispo de Salvador na época. As janelas dos dois primeiros pisos são de peitoril e o pavimento nobre tem janelas com balcões e grades de ferro. Antigamente, havia uma passarela suspensa que ligava o palácio à antiga Sé, demolida em 1933.

Paço do Saldanha

Em 1699, o Coronel Antônio da Silva Pimentel adquiriu e derrubou algumas casas de propriedade da Ordem Terceira do Carmo para a construção do solar. É um dos mais notáveis palácios construídos no Brasil colonial, com destaque para sua portada em pedra lavrada e uma bela varanda, conhecida como Mirante do Saldanha. Na década de 1960, um incêndio destruiu o interior do prédio e danificou o exterior, inclusive a porta monumental. Depois de um longo período de abandono, foi restaurado e hoje abriga o Liceu de Artes e Ofícios da Bahia.

Paço Municipal (Antiga Casa de Câmara e Cadeia)

Construído entre os séculos XVII e XVIII, o Paço Municipal serve de fundo à mais antiga praça de Salvador, fundada por Tomé de Souza, em 1949, no alto da colina em frente ao porto. Com sua torre sineira, o edifício serviu de modelo a outras construções da administração, como as de Santo Amaro e Maragojipe. Originalmente, no primeiro andar ficava a sala de deliberações do Conselho, sala de audiência dos magistrados, órgãos civis e criminais e sala de leilões públicos. No andar térreo, ficavam duas prisões, sendo a masculina no lado sul e a feminina no norte. O pátio abrigava uma capela dedicada a Santo Antônio, utilizada pelos prisioneiros entre 1690 e 1795.

Solar Amado Bahia

Construído no final do século XIX, em alvenaria de tijolo, o solar tem acesso lateral e está totalmente envolvido por varandas de ferro fundido. Apresenta três pavimentos e ainda conserva a capela com entalhes dourados no primeiro andar. Seu acabamento foi totalmente realizado com material importado. O grande salão apresenta paredes revestidas de espelhos franceses, piso de parquet e teto em estuque com sancas molduradas. Os quartos e ou outros salões têm assoalhos de pinho de riga. Tetos e paredes exibem pinturas atribuídas a Badaró (o pai).

Casa da Quinta do Unhão

O conjunto arquitetônico é formado pelo solar, capela de Nossa Senhora da Conceição, cais de desembarque, fonte, aqueduto, chafariz, armazéns e um alambique com tanques. Na ponte de acesso ao solar, existem barras de azulejos de ornamentação barroca, produzidos em Lisboa nos anos de 1770 a 1780. O chafariz, originalmente alimentado pelo aqueduto, é uma peça barroca em arenito escuro, formado por uma carranca de onde jorra a água, e duas conchas superpostas. O interior do solar foi descaracterizado com sua transformação em fábrica de rapé e trapiche.

Casa dos Sete Candeeiros

A denominação da Casa dos Sete Candeeiros é devido aos sete lampiões de azeite nela pendurados durante a estadia da corte de D. João VI, em 1808. Esta casa pertenceu aos Jesuítas até a sua expulsão do País, sendo em seguida leiloada. Construída no século XVII, a casa de dois pavimentos e sótão possui portada de verga reta, com brasão em lioz, da família Fonseca Galvão. O pavimento nobre tem salões amplos e capela com urupema, que escondia as moças dos estranhos durante a missa.  Os tetos e portas apresentam guarnições de madeira lavrada. A casa, de forma retangular, tem cobertura de quatro águas e se articula com pátio externo elevado e murado. A construção é de alvenaria de pedra e cal, com divisórias do tipo parede francesa.

Fortaleza de São Marcelo ou Forte do Mar

O Forte de São Marcelo está situado na Baía de Todos os Santos e foi construído sobre uma coroa de areia que havia na Baía. A edificação ocorreu em 1623, durante o Governo-Geral de D. Diogo de Mendonça Furtado. Sobre o portal de entrada, existe escudo de armas do Império, mutilado após a Proclamação da República, em 1889, onde a coroa monárquica foi substituída por uma estrela de cinco pontas. No dia 29 de março de 2006, o monumento foi aberto à visitação pública, após ter sido transformado no Centro Cultural Forte de São Marcelo, um espaço que abriga um rico patrimônio cultural.

Forte de Santa Maria

O Forte de Santa Maria fica na praia do Porto da Barra, no bairro da Barra, primitivo porto da cidade de Salvador. Constituiu um comando unificado, entre 1624 e 1694, juntamente com o Forte de Santo Antônio da Barra e o Forte de São Diogo, com os quais cruzava fogos na defesa contra a primeira das Invasões holandesas do Brasil. A fachada sul da casa de comando é revestida de telhas, tratamento impermeabilizante encontrado em empenas de sobrados baianos de todo o período colonial. Sobre a porta de entrada, há escudo com armas do império. A edificação é em alvenaria de pedra e cal.

Mercado Modelo

Erguido em 1861 para funcionar como Casa da Alfândega, o edifício passou a abrigar o Mercado Modelo a partir de 1971 e mantém a arquitetura neoclássica original mesmo depois de ter sofrido dois incêndios (1969 e 1984). O Mercado Modelo fica no bairro do Comércio, antigo centro comercial de Salvador, em frente ao Elevador Lacerda. Abriga 273 lojas que oferecem a maior variedade de artesanato, presentes e lembranças da Bahia, contando com tradicionais restaurantes de culinária baiana. Além da feira do artesanato e restaurantes de comidas típicas baianas, tem como atrativo as rodas de capoeira que movimentam a parte de trás da construção.

Elevador Lacerda

Localiza-se na Praça Visconde Cayru, no Bairro do Comércio. Foi construído pelo engenheiro Augusto Frederico de Lacerda, utilizando peças de aço importadas da Inglaterra. As obras foram iniciadas em 1869 e, após sua inauguração, passou a ser o principal meio de transporte entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa. Inicialmente operando com duas cabines, atualmente funciona com quatro modernas cabines eletrificadas, que comportam 20 passageiros cada. Ao longo de sua história, passou por quatro grandes reformas e revisões sendo que na segunda, em 1930, foram adicionados mais dois elevadores e uma nova torre que conferiu a atual arquitetura em estilo art déco.

Igreja da Ordem Terceira do Carmo e Casa da Ordem

A Igreja da Ordem Terceira do Carmo de Salvador, erguida em 1636, fica ao lado da igreja da ordem primeira, na ladeira do Carmo, centro histórico de Salvador. Trata-se de um conjunto arquitetônico formado por igreja e convento. O edifício atual se desenvolve em torno de dois pátios que compreendem, além da igreja, sacristia, casa de mesa, casa dos santos, ossuário e galerias. Na Igreja se encontra a imagem de cedro do Senhor morto esculpida em 1730 pelo escravo Francisco das Chagas, considerado o Aleijadinho baiano.


Igreja e Casa de Oração da Ordem Terceira do Carmo – Cachoeira

O Conjunto do Carmo se constitui pela Igreja da Ordem Primeira e pela Capela e Casa de Oração da Ordem Terceira, que fica na Praça da Aclamação. A Ordem Terceira foi instituída em 1691, funcionando inicialmente em uma das capelas da Igreja do Carmo. Só em 1702 os Irmãos Terceiros começam a construção da sua igreja em terreno doado pelo Gal. João Rodrigues Adorno. A casa de oração é elemento de ligação entre a Igreja da Ordem Terceira e a Igreja do Carmo e caracteriza-se, arquitetonicamente, pelo frontispício com galeria superpostas ambas formadas por arcos abatidos e sustentados por colunas toscanas de seção octogonal.

Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo – Cachoeira

O Conjunto do Carmo, construído no século XVIII, é composto pelo Convento, a Ordem Primeira e a Igreja da Ordem Terceira. O complexo, junto com a Casa de Câmara e Cadeia, compõe o espaço urbano mais importante da cidade de Cachoeira. A construção da igreja e do Convento do Carmo teve início em 1688, seguindo os ditames da contra-reforma: as igrejas deveriam ter uma única nave para que todos pudessem ver o altar-mor e a celebração da missa. A iluminação vem das janelas do coro. No espaço central da capela-mor está a imagem de Nossa Senhora do Monte do Carmo, ladeada por dois santos carmelitas: Elias e Eliseu. Atualmente, também existe um Museu de Arte Sacra na igreja

Paço Municipal – Cachoeira

Construído para ser Casa de Câmara e Cadeia, tem elementos característicos desta tipologia no recôncavo. O edifício na Praça da Aclamação possui planta retangular que se articula com a praça através de escadaria de pedra, em forma de tronco de pirâmide. No térreo, localizam-se as celas da cadeia e um pórtico, de onde nasce a escada de acesso ao sobrado. No primeiro pavimento, além das instalações da Câmara, existem duas salas que serviam como cadeia a presos ilustres. O sobrado é forrado e conserva no seu interior telas dos artistas José Couto e Antônio Parreiras.

Casa natal de Ana Néri – Cachoeira

Nesta casa nasceu Ana Justina Ferreira Nery, pioneira da enfermagem no Brasil, que participou da Guerra do Paraguai. Hoje, a casa abriga o Museu Hansem Bahia. Sobrado desenvolvido em dois pavimentos mais sótão, sua estrutura é constituída de alvenaria mista de pedra e tijolo e pilares internos do mesmo material, que suportam o assoalho superior. Apresenta divisórias internas de pau-a-pique com esteios de madeira de sustentação do trabalho. Este sobrado possui como característica a utilização do pavimento térreo como residência, fato raro para a época da sua construção.

Fonte: Portal Brasil; Governo da Bahia; Portal da Copa 

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