A série “Sexo e as Negas”, escrita por Miguel Falabella, nem estreou e já é motivo de preocupações nos bastidores da Rede Globo. A produção que começa a ser exibida nesta terça-feira (16/09), acumula onze denúncias de racismo na ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
Segundo informações do jornal “O Dia”, a emissora já foi autuada pelo órgão e deve ter de se manifestar sobre as acusações nos próximos dias. As denúncias estão sendo encaminhadas ao Ministério Público no Rio de Janeiro, que poderá instaurar um processo investigativo, caso reconheça tratar de alguma irregularidade ou crime.
Carlos Alberto de Souza, o titular do Seppir, informou em nota que “vê com estranheza e preocupação qualquer tipo de manifestação que reproduza estereótipos racistas, machistas, que se alicerce na sexualidade das mulheres negras, ou venha a reforçar ideias de inferioridade dessas mulheres, seja nas artes, no cinema ou nas telenovelas e seriados”.
Em entrevista à jornalista Patrícia Kogut, o autor do seriado, Miguel Falabella comentou sobre as críticas e acusações que a produção global vem recebendo. “Estou achando boa essa polêmica, todos vão querer ver. Não tem nada de preconceito. Preconceito é achar que mulheres de comunidades não podem ser representadas. Essa ação nunca é feita pela população real, sempre por quem não tem essa vivência. Conheço bem a vida na comunidade, conheço bem a Cidade Alta (onde a trama é ambientada). Isso é coisa de gente desocupada“.
A TV Globo afirma que ainda não recebeu qualquer ofício questionando o título ou o conteúdo do programa. “As manifestações populares são livres, e a Globo respeita a diversidade. O programa, que não estreou ainda, traz uma abordagem leve e bem-humorada do universo feminino” – diz o canal, em comunicado.
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