Filho de Alberto e Rebeca, Senor Abravanel, que depois adotou o nome de Silvio Santos, nasceu em 12 de dezembro de 1930 na travessa Bentevi, no tradicional bairro da Lapa, no Rio de Janeiro.
Ele tinha cinco irmãos: Beatriz, Perla, Sara, Henrique e Léo. Mas era com Léo, seu irmão mais novo, que ele fazia uma das coisas que mais gostava, já por volta dos dez anos: assistir às sessões de cinema na Cinelândia, no Rio.
Ele sempre davam um jeito de não pagar o ingresso do cinema. Um dia em que acordou com febre, foi proibido de ir ao cinema pela mãe e chorou para convencê-la a sair, sem sucesso. No dia seguinte, Silvio descobriu que o cinema havia pegado fogo e deixado várias pessoas feridas.
Na adolescência, Silvio pensava em como ganhar dinheiro para ajudar a família – sua mãe era muito severa e o pai gastava boa parte do que ganhava em jogos. Foi quando ele viu um homem que vendia capinhas de plástico para guardar títulos de eleitor nas ruas do Rio de Janeiro, durante as eleições de 1946.
Disposto a fazer o mesmo que aquele homem, passou a vender porta-títulos e canetas nas ruas do Rio, ao mesmo tempo em que cursava a escola – depois acabou se formando em Contabilidade. Chamava a atenção das pessoas com o som de moedas e o embaralhar de cartas.
Silvio ainda trabalhava como camelô quando teve de, aos 18 anos, servir o exército – mais precisamente a Escola de Paraquedistas e ele chegou a dar alguns saltos. No dia de folga, aos domingos, ele trabalhava de graça como locutor de uma rádio no Rio de Janeiro, trabalho que ele continuou exercendo por um bom tempo.
De emissora em emissora, foi trabalhar em uma estação de rádio de Niterói, onde ele tinha de ir e voltar da casa para o trabalho de barca. Depois de tanto fazer o trajeto em silêncio, teve a ideia de colocar música no transporte.
Pediu demissão da rádio e apostou todo seu dinheiro na novidade que o tornou corretor de anúncios pelo alto-falante. Deu tão certo que a novidade ganhou incrementos com o tempo, um bar e um bingo, em uma barca de trajeto para Paquetá. Claro que, ali, ele já treinava seus dons de animador – de jogos, no caso.
Aos 20 anos, Silvio decidiu tentar a vida na capital paulista. Sem trabalho, dinheiro, nem amigos na cidade, ficou em um hotel no centro. Um dia, por acaso, encontrou em um bar na esquina da Avenida São João com a Ipiranga um amigo que havia trabalhado em uma emissora com ele. Ficou, então, sabendo de concurso de calouros, mas não pôde se inscrever porque já havia trabalhado na área. Acabou se candidatando a uma vaga de locutor e foi aceito.
Tentou trazer seu bar da barca de Rio para São Paulo, sem sucesso. Seu sócio no negócio era Ângelo Pessuti, casado com a irmã de Hebe Camargo, Maria de Lourdes. Nascia, a partir daí, sua amizade de anos e anos com a futura apresentadora mais querida do país.
Apesar de já trabalhar como locutor, o primeiro contrato na área só seria assinado por Silvio em 1954, com a Rádio Nacional de São Paulo, por um salário que mal dava para pagar todas as contas do futuro empresário.
Para engordar o orçamento, ele criou uma revista que reunia palavras cruzadas, charadas e passatempos para ser vendida por ele nos comércios, a “Brincadeiras para Você”. Ele ainda trabalhava também como corretor de anúncios e animador de shows de circo.
Além da risada inconfundível, o futuro bilionário ainda ficava vermelho sempre que se envergonhava e, por isso, ganhou o apelido de “peru que fala”, na década de 50.
Foi sempre chamado disso pelos colegas desta época até longa data, como Ronald Golias e Manoel de Nóbrega, ambos já falecidos. Também neste período, Silvio foi chamado para trabalhar como animador em um programa de grande audiência na Rádio Nacional comandado por Manoel.
Em 1961, ele estrou o primeiro programa na TV, o “Vamos Brincar de Forca”. Deu tão certo, que decidiu comprar duas horas de espaço na TV Paulista (futura Globo) para fazer um programa seu de domingo – programa que se tornaria o “Programa Silvio Santos” e uma das maiores vitrines que seu carnê do Baú da Felicidade poderia ter para ser divulgado.
Em 1962 criou a agência Publicidade Silvio Santos.
O Troféu Imprensa, criado por Plácido Manaia Nunes, foi dado a Silvio Santos pela primeira vez em 1964. O apresentador ganhou o prêmio outras várias vezes até começar a ele mesmo apresentar a premiação, em 1971, até levá-la para seu próprio canal de TV anos depois.
Além do programa na TV Paulista, Silvio passou a apresentar outra atração na TV Tupi, que teve alguns nomes até ser batizada de “Silvio Santos Diferente”.
A TV Paulista passou a ser a TV Globo, em 1965, e seu programa, mesmo com a mudança continuou no ar. Nesta época, a maior audiência era da “Jovem Guarda”, programa da Record, apresentado por Roberto Carlos.
Depois de deixar a Record, Manoel de Nóbrega começou o quadro “A Praça da Alegria” dentro do Programa Silvio Santos. Na estreia, Silvio faz uma homenagem surpresa ao amigo de longa data e se emociona ao relembrar o começo do Baú da Felicidade.
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