19 de outubro de 2013

Sobre: Vinícius de Moraes Pt.2


Em 1935, publica pela editora Irmãos Pongetti seu segundo livro, Forma e exegese. Com o destacado avanço em relação ao primeiro livro, é reconhecido pela crítica e ganha o prestigioso prêmio Filipe d’Oliveira. O livro recebe, na época, comentários positivos de Manuel Bandeira.





Em 1936, novamente pela editora Irmãos Pongetti, Vinicius lança o terceiro livro, uma separata que traz o longo e único poema intitulado Ariana, a mulher.









Em 1938, publica pela concorrida editora José Olympio os Novos poemas, seu quarto livro. A maturação formal e temática de seus versos fazem com que a poesia de Vinicius se consolide como uma das principais da chamada “Geração de 30”. Contemporâneos e nomes já de peso como Mário de Andrade (a quem o poeta dedica o poema “A máscara da noite”) elogiam publicamente o livro.

Em 1939, com a Segunda Guerra Mundial, retorna ao Brasil por Portugal. Acompanhado de Tati, passa um período em Lisboa, em companhia de Oswald de Andrade, amigo de sua mulher e a quem conhece naquela ocasião. 


Em Estoril, aguardando a partida do navio de volta ao Brasil, escreve o “Soneto de fidelidade”.


Em 1940, de volta ao Rio de Janeiro e vai morar com Tati em um apartamento na Rua das Acácias, na Gávea. É lá que nasce a primeira filha, Susana. Logo depois, a família se instala numa casa na esquina da Rua Carlos Góes e Avenida General San Martin, no Leblon. 


Passa uma longa temporada em São Paulo, se aproximando de Mário de Andrade e do grupo de jovens intelectuais que fundariam no ano seguinte a revista Clima, como Antonio Candido e Paulo Emílio de Salles Gomes.

Em 1941, sem emprego fixo, estudando para ingressar na carreira diplomática através do concurso para o Itamaraty, faz o caminho natural dos escritores de sua geração (e de muitas outras no Brasil) ao começar a trabalhar como crítico cinematográfico no jornal A Manhã, dirigido por Múcio Leão e Cassiano Ricardo. Sua participação como crítico foi fundamental para o cinema brasileiro que, nessa época, renovava sua crítica com nomes como o próprio Vinicius e, em São Paulo, Paulo Emilio Sales Gomes.

Em 1946, nasce o segundo filho (e único homem), Pedro. 


Após ser reprovado na primeira tentativa de ingressar na carreira diplomática, passa a estudar com o amigo Lauro Escorel para uma nova tentativa que, dessa vez, será bem-sucedida.




Em 1943, publica novamente pela editora Irmãos Pongetti o quinto livro, Cinco elegias, dessa vez com a colaboração luxuosa e decisiva dos amigos Manuel Bandeira (que, além de ser um dos que financiam o volume, colabora com o projeto gráfico), Aníbal Machado e Otávio de Faria.





Em 1944, trabalha nos serviços burocráticos do Itamaraty e, ao mesmo tempo, segue a carreira jornalística ao dirigir o até então revolucionário suplemento literário de O Jornal. Sua atuação será marcante pelo time de colabores que reúne, muitos deles futuros grandes nomes ainda inéditos para o público.




Em 1945, o fim da 2ª Guerra Mundial e do Estado Novo de Getúlio Vargas é também o ano da morte de Mário de Andrade. A perda é precedida por um pesadelo de Vinicius, em que amigos morriam em um acidente de avião. Essa história deixa marcas no poeta e viram versos famosos em “A manhã do morto”, poema dedicado ao seu grande amigo paulista.


Em 1946, assume seu primeiro posto diplomático, como vice-cônsul em Los Angeles, Estados Unidos. Viaja em junho na companhia do amigo Fernando Sabino. 


Mora em Hollywood com Tati e os filhos Susana e Pedro. Já no primeiro ano de uma temporada que dura cinco anos sem retorno ao Brasil, Vinicius se aproxima dos músicos brasileiros que habitavam a América, como Carmem Miranda e seu Bando da Lua.

Em 1947, período em que mergulha no cinema e no Jazz norte-americanos. Por morar perto dos estúdios de Hollywood e frequentar assiduamente a casa de Carmem Miranda e Alex Vianny (crítico cinematográfico brasileiro que morava na mesma cidade durante o período), vive entre músicos, atores, cineastas, executivos e críticos de cinema. 


Faz um curso de cinema com Gregg Toland e Orson Welles, de quem se torna amigo pessoal.

Em 1949, através da iniciativa de seu amigo e também funcionário do Itamaraty, João Cabral de Melo Neto, vê seu poema Pátria minha ganhar uma tiragem especial de cinquenta exemplares, feitos na prensa pessoal do poeta pernambucano. A prensa foi batizada por ele de O Livro Inconsútil.



No ano da morte de seu pai, viaja até o México para visitar seu amigo e Cônsul-geral do Chile no país, Pablo Neruda. Foi um período em que Neruda, que se encontrava doente, lançava também no México o seu aclamado Canto geral. Ainda no país, conhece o pintor David Siqueiros e reencontra o amigo de juventude, e também pintor, Di Cavalcanti.

Em 1951, na sua volta ao Brasil, passa a viver com Lila Maria Esquerdo Bôscoli. Os dois mudam-se para o Arpoador. 

Volta a trabalhar em jornal, dessa vez no Última Hora, fundado por Samuel Wainer. Vinicius assina crônicas sobre temas variados e permanece durante um ano exercendo também a crítica de cinema. 


Suas amizades incorporam novos parceiros como o boêmio, cronista e letrista Antonio Maria e o diretor de cinema Alberto Cavalcanti.

Em 1952, ano de muitas viagens ao redor de sua relação cada vez maior com o cinema. Sua amizade com Alberto Cavalcanti rende o convite para a realização do roteiro de seu próximo filme, sobre Aleijadinho. Com os primos Humberto e José Franceschi, viaja durante um mês pelas cidades históricas de Minas Gerais para registrar e fotografar a obra do artista mineiro.

Em 1953, ano em que nasce sua terceira filha, Georgiana, Vinicius passa a assinar o correio sentimental do semanário Flan, de Samuel Wainer. Dirigido por Joel Silveira, editado à cores e revolucionário na proposta, o semanário durou apenas nove meses em meio à intensa campanha de Carlos Lacerda contra o dono do jornal. O poeta assinava as colunas de sua seção intitulada “Abra o coração” como Helenice.

CONTINUA.......

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