
Em 1954, é lançada no Brasil, pela editora A Noite, sua Antologia poética. O conjunto de poemas foi organizado pelo próprio autor, com ajuda de amigos como Manuel Bandeira.
Sua peça Orfeu da Conceição é premiada no concurso de teatro do IV Centenário do Estado de São Paulo e publicada na revista Anhembi. Era o começo de um ciclo de trabalhos ao redor de Orfeu nos anos seguintes.
Em 1955, através de Mary Manson, diretora da Cinemateca francesa, conhece o produtor Sacha Gordine. Juntos desenvolvem o projeto de realizar um filme a partir de sua peça Orfeu da Conceição. Vinicius desenvolve o roteiro e viaja com o produtor ao Brasil para levantar financiamento, mas retornam a França sem sucesso. No mesmo ano, porém, já se iniciam os planos para a apresentação da peça no seu formato original, isto é, o teatro.
Em 1956, no ano em que nasce sua quarta filha, Luciana, consegue uma licença-prêmio do Itamaraty e retorna ao Brasil por breve período para encenar sua peça Orfeu da Conceição. No mesmo período, Sacha Gordine fica em Paris produzindo o filme que resultaria no premiado Orfeu Negro.
Em 1957, passa o ano em Paris, divido entre os afazeres da Diplomacia na UNESCO e a música popular. No final do ano é transferido para a Embaixada Brasileira no Uruguai e passa um breve período no Brasil até seguir para Montevidéu.
Publica a primeira edição do seu Livro de sonetos pela editora carioca Livros de Portugal.
Em 1958, sofre um grave acidente de automóvel em Petrópolis, porém sem maiores consequências.
Em 1959, seguem os lançamentos discográficos com as composições de Vinicius e Tom. João Gilberto, que batiza seu próprio disco de estreia de Chega de Saudade, apresenta uma interpretação inovadora e transforma a canção da dupla em uma das mais importantes da história brasileira. Após esse disco, que ainda contava com “Brigas, nunca mais”, outra composição dos dois, os três nomes serão sempre lembrados como os fundadores da Bossa Nova. A cantora Lenita Bruno contribui para a fama ao gravar o LP Por toda minha vida, apenas com canções da dupla Vinicius e Tom.
Em 1960, em meio à explosão da Bossa Nova que começava no Brasil, retorna definitivamente do Uruguai para servir na Secretaria de Relações Exteriores e tem um ano dedicado aos lançamentos literários.
Publica, pela Editora do Autor (dos seus amigos Fernando Sabino e Ruben Braga), a segunda edição da sua Antologia poética, com acréscimo e revisões de poemas.
Em 1961, inicia novas parcerias ao começar a compor com o jovem Carlos Lyra.
Publica pela Nuova Academia Editrice, em Milão, a tradução italiana de Orfeu Negro, feita por P. A. Jannini.
É lançado o disco Brasília – Sinfonia da Alvorada, feito em parceria com Tom Jobim.
Em 1962, em um período intenso de sua vida artística, conhece e começa a compor com Baden Powell. Após três meses morando – e bebendo – juntos no Parque Guinle, produzem um dos cancioneiros mais definitivos da música popular brasileira. Desse encontro, cujas canções serão lançadas aos poucos durante os anos seguintes, surgem todos os Afrosambas da dupla, cujo disco só é gravado quatro anos depois.
Em 1963, em uma temporada na casa de Lúcia Proença, em Petrópolis (projetada por Oscar Niemeyer), continua a expandir seus parceiros, dessa vez com a novíssima geração de músicos do período. Faz, com Edu Lobo, uma série de canções bem sucedidas como “Arrastão” e “Zambi”. Compõe também com os jovens Francis Hime (de quem continuaria parceiro ao longo da vida) e Jards Macalé.
Em 1964, regressa ao Brasil depois do golpe militar de 31 de março. Volta a exercer regularmente o jornalismo ao assinar crônicas semanais para a revista Fatos e Fotos e textos sobre música popular para o Diário Carioca.
Em 1965, inaugurando a era dos Festivais na música brasileira, “Arrastão”, canção composta com seu jovem parceiro Edu Lobo e interpretada por uma bombástica Elis Regina, é eleita a melhor música do I Festival Nacional de Música Popular Brasileira da TV Excelsior.
Vinícius também leva o segundo prêmio com “Valsa do amor que não vem”, composta com Baden Powell e interpretada por Elizeth Cardoso.
Em 1966, é lançado pela gravadora Forma os Afrosambas, disco de Vinicius e Baden Powell. Reunindo músicas que vinham sendo feitas nos últimos anos, a dupla cria um marco na música popular brasileira pela sua fusão entre o violão de Baden, as letras de Vinicius e os ritmos e temas do Candomblé baiano.
Em 1967, devido a um pedido seu, aprofunda sua histórica ligação com Minas Gerais após ser posto, pelo Itamaraty, à disposição do Governo de Minas Gerais e da Fundação Ouro Preto (na época dirigida pelo escritor Murilo Rubião) para estudar a realização anual de um Festival de Arte. Passa a frequentar intensamente a cidade histórica, entre casas de amigos e bares da noite mineira.
Ainda ligado a Festivais, participa como jurado no I Festival de Música Jovem da Bahia.
Em 1968, No ano em que o Brasil conhece o início do momento mais obscuro da ditadura militar, Vinicius perde no dia 25 de fevereiro sua mãe, Lydia de Moraes.
Em dezembro, mês da instauração do Ato Institucional nº 5, realiza, ao lado de Baden Powell e da cantora Márcia, uma série de shows em Portugal. No dia 13, data da publicação do Ato, Vinicius faz no palco, como forma de protesto, uma leitura de seu poema “Pátria minha”.
Em 1969, Após um ordem direta do Presidente Arthur Costa Silva, Vinicius é exonerado do Itamaraty em meio a um expurgo oficial de funcionários não alinhados com o governo ditatorial do período.
Vive uma intensa agenda de shows que levaram Vinicius a Salvador, Buenos Aires, Montevidéu e Lisboa. Também na cidade portuguesa, realiza e grava ao vivo na Livraria Quadrante um recital de poesia. O mesmo torna-se, no ano seguinte, um disco lançado pelo selo Festa.
Em 1970,nasce Maria, quinta filha de Vinicius.
Inicia longa e frutífera parceira de canções, discos e shows com Toquinho. A primeira canção que compõe juntos é “Como dizia o poeta”. Ela é apresentada em setembro, em show feito no Teatro Castro Alves.
Em 1971, Com intensa agenda de shows ao lado de Toquinho e outras cantoras, são lançados, no mesmo ano, vários discos com Vinicius. O primeiro é Como dizia o poeta, com Maria Medalha e Toquinho (RGE), baseado no show de grande sucesso no ano anterior.
Em 1972, novamente um ano ocupado por shows e gravações no Brasil e em outros países. Com Toquinho, lança São demais os perigos dessa vida. A dupla também lança, ainda com Maria Creusa, o álbum Eu sei que vou te amar, versão brasileira do show do trio, feito no ano anterior, na boate argentina La Fusa (RGE). Com Maria Medalha, lança o disco Marília e Vinicius – encontros e desencontros (RGE).
Em 1973, Vinicius e Toquinho fazem a trilha sonora da novela O Bem Amado (Som Livre), da Rede Globo de Televisão.
Em 1974, Vinicius e Toquinho trabalham em mais uma (e derradeira) trilha sonora para novela. Dessa vez é Fogo sobre terra (Som Livre), novamente da Rede Globo de Televisão. Ainda lançam Vinicius e Toquinho (Philips) e Toquinho, Vinicius & amigos (RGE).
Viaja com seu vizinho e amigo Calazans Neto para Londres. Depois, segue para breve temporada na Itália.
Em 1975, entre excursões europeias, com uma série de shows, grava dois discos com Toquinho na Itália: Toquinho, Vinicius de Moraes e Ornella Vanoni e O Poeta e o Violão (RGE). Grava também mais um álbum da dupla, novamente intitulado Vinicius e Toquinho (Philips).
Em 1976, em um ano sem trabalhos com Toquinho, faz, com o antigo parceiro Edu Lobo, a trilha sonora do musical Deus lhe pague.
Passa a viver com Marta Rodrigues Santamaria e se divide entre Rio de Janeiro e Buenos Aires.
Em 1977, participa, ao lado de Tom Jobim, Miúcha e Toquinho, do marcante show Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha, um sucesso que ficou sete meses em cartaz na casa de shows carioca Canecão. O disco, lançado pela Philips no mesmo ano, torna-se fundamental na música popular brasileira. O show ainda tem breves excursões para São Paulo e para outros países.
Em 1918, são lançados os livros O falso mendigo, poemas de Vinicius de Moraes, edição numerada de 200 exemplares com xilogravuras de Luis Ventura, feita pela editora Fontana; e Amor total, livro dedicado a um soneto famoso do autor, editado pela Record.
É lançado o filme-documentário Vinicius, um rapaz de família, dirigido pela sua filha Susana Moraes.
Passa a viver com Gilda de Queirós Mattoso, sua última mulher.
Em 1979, Vinicius e Toquinho comemoram sua bem sucedida parceria com o disco 10 anos de Toquinho e Vinicius (Philips).
A convite do então líder sindical do ABC paulista, Luís Inácio Lula da Silva, lê, em uma assembleia, seus poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Dentre os poemas, uma aclamada récita de “O operário em construção”.
Em 1980, mesmo passando por dificuldades com sua saúde, lança, com Toquinho, pela gravadora Ariola, seu derradeiro disco, Um pouco de ilusão.
Morre de edema pulmonar no dia 9 de julho em sua casa na Gávea, ao lado de seu parceiro Toquinho e de Gilda Mattoso.
FIM!
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