Por Gleise Nana:
QUANDO RESPIRAMOS BOMBAS DE GÁS...
Quando respiramos bombas de gás falta o ar como
pétalas
estranguladas de sonhos.
O cheiro abafado é o desabafo sufocado, engasgado
nas
entranhas.
Os olhos em lágrimas vertem choro também por não
avistar
no horizonte valores que nos unem nos direitos
humanos.
A pele arde e se rasga por tudo que nos massacra e
nos
devora.
O sabor amargo que se faz na boca não é de derrota,
mas
o de ser calado à força quando a luta nos envolve por
mudanças.
Quando respiramos bombas de gás...
É a lacrimogênea hora em que resistir não é bravura
Mas a justa causa para existir além dos limites
extenuantes
De uma sociedade infame.
Quando eu respirei bombas de gás...
Mais que efeitos físicos se fizeram em mim.
Em seus estilhaços bombásticos
Meu coração junto se partiu em pranto
Ao ver um irmão tão atroz e feroz
Não reconhecer em meu ser
Uma parte de si mesmo
Como sua outra face
Conectada na eternidade.
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